8 de abr. de 2013

TA: Sem promessas

Textos Aleatórios. Que eu escrevo quando dá vontade, quando tem impulso, quando não dá para controlar e saio correndo em busca de papel e alguma coisa para escrever. Inspirado em pessoas que eu conheço, em desconhecidos e às vezes em mim. São textos de momento. Talvez eles caibam no seu momento também. 

  Eduarda não prometia nada que abrangesse algo além de uma semana. Ela não gostava, achava que o mundo era enorme e aconteciam coisas demais. E era demais dizer "para sempre". Um dia ela conheceu Paulo, começaram a sair, dividiram segredos, começaram a namorar em uma semana. As pessoas ao seu redor metiam suas fuças onde não deviam e diziam: Mas é cedo demais para firmar compromisso algum, vocês estão se precipitando! 

 E quem disse que ligavam? Eduarda e Paulo saíam, iam ao cinema, aos bares, trocavam cartões, transavam, viajavam, brigavam e se amavam. Mas nunca disseram que amavam para sempre. Era um eu te amo simples, sem promessas, às vezes acompanhados de apelidos, ou acompanhados de "muito, sabia?, como nunca amei ninguém". Mas sempre sinceros, sem o peso nenhum que o "para sempre" tem. 

 Carol fazia promessas, às vezes cumpria, às vezes não. A promessa podia ser para amanhã ou para sempre. Ela acreditava, pelo menos no momento em que prometia, que as coisas seriam assim. Para sempre. Um dia ela conheceu Pablo, começaram a sair, dividiram segredos, começaram a namorar em uma semana. As pessoas ao seu redor metiam suas fuças onde não devem e diziam: Mas é cedo demais para firmar compromisso algum, vocês estão se precipitando! 

 E quem disse que ligavam? Carol e Pablo saíam, iam ao cinema, aos bares, trocavam cartões, transavam, viajavam, brigavam e se amavam. Na primeira vez que disseram que se amavam, prometeram: Eu te amo para sempre. Mas era um eu te amo pesado, com promessas, às vezes ditas sem importância, sem se olharem nos olhos, sem um beijo depois. Se amavam muito, mas foi só no começo, depois só continuaram se amando por inércia. 

 Mas amor assim não dá. E eles sabiam disso. E foi assim que acabou o amor eterno de Carol e Pablo.  

 Eduarda e Paulo se casaram, não com os votos da igreja, criaram seus próprios votos. Eduarda respondeu ao pedido de casamento assim:
 "Não faço promessas, você sabe, mas gosto de dividir meus medos, as contas e a vida com você. Vamos fazer isso no nosso tempo. Nosso amor é livre, somos livres para deixar o outro. Nós sabemos, mas não queremos. Eu te amo e esse amor só aumenta a cada vez que te vejo, que te beijo. Vamos nos casar!" 
 Tiveram dois filhos, três cachorros e nenhuma promessa que durasse uma eternidade. De vez em quando se desentendiam, mas se entendiam em menos de dois dias. E se apaixonavam um pelo outro. E foi assim até o fim da vida. 

 Era um amor de Vinicius de Morais. E foi eterno enquanto durou. 

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